Porque Dança-Teatro



O conceito de Dança-Teatro vem sendo desenvolvido e modificado a partir de inúmeras experiências realizadas em torno do assunto. Rudolf Laban e Pina Baush tornaram-se os representantes das primeiras iniciativas de categorizar uma expressão cênica, que não conseguia se restringir nem a categoria da dança exclusivamente e nem a do teatro.


Apesar de muitos ainda tentarem transformar o conceito de DANÇA-TEATRO ou TEATRO-DANÇA num código de movimentos ou de expressão fixo, e passarem a reproduzir mimeticamente os resultados da pesquisa de Pina Baush, por exemplo, a DANÇA-TEATRO pode ser encontrada através dos mais diversos códigos de expressão cênica.


Não é possível determinar tão precisamente os limites dessa “categoria”, uma vez que sua essência designa justamente o trânsito “livre” entre os limites do teatro e da dança. A manifestação cênica que se coloca naquela região de intersecção entre o teatro e a dança acaba por propor uma abordagem de DANÇA-TEATRO ou TEATRO-DANÇA.


Talvez a inserção de textos poético/dramáticos na boca de bailarinos, talvez a composição coreográfica aplicada às ações de atores, ou um teatro sem palavras ou uma dança com personagens, enfim, muitas são as possibilidades que permitem a exploração dos limites entre as artes cênicas. Se a exploração parte do campo da área teatral em direção a dança parece encontrar a categoria de TEATRO-DANÇA, se acontece o contrário, é a dança que busca se apoderar dos elementos teatrais, ganha o conceito de DANÇA-TEATRO. Limites sempre tênues e relativos.


É como DANÇA-TEATRO que se caracteriza a dança flamenca. Não porque se assemelhe a qualquer iniciativa já encontrada nessa categoria, o flamenco vai de encontro ao conceito da DANÇA-TEATRO por sua própria natureza expressiva.


Apesar desse potencial, o flamenco precisou amadurecer sua linguagem para que sua dança ganhasse a amplitude da DANÇA-TEATRO. Só na atualidade, no chamado flamenco moderno essa situação se concretizou.


Com certeza as tentativas de fusão entre o flamenco e outras linguagens da dança e da ação teatral, geraram tanto possibilidades mais híbridas para a dança flamenca, como também colaboraram no amadurecimento da própria linguagem de movimento específica do flamenco.


"Dani Nefussi"


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