Inspiração: Carmen Amaya

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Inspiração: Carmen Amaya

Hoje vamos falar de Carmen Amaya, a grande precursora do Flamenco, que ainda inspira bailaores e maestros, como nossa querida maestra Carolina da Mata!

De família cigana e filha do guitarrista flamenco José Amaya, conhecido como “El Chino”, Carmen nasceu em Barcelona, no extinto bairro de Somorrostro, provavelmente no ano de 1913, já que não há certeza de seu registro, o que à época era comum em comunidades ciganas itinerantes.

Começou a dançar aos cinco anos de idade nos cafés do porto de Barcelona acompanhando seu pai e, aos oito anos, já era conhecida como “La Capitana”, se apresentando em locais como o Palace Theatre de Paris.  

Nesse ritmo, não demorou para que Carmen ganhasse o mundo com seu estilo único, apaixonado, executando passos reservados apenas para os homens, usando calças para bailar e mostrando toda a força de sua dança. 

Carmen, que também cantava, levou o Flamenco à Hollywood, estreando no filme “La Hija de Juan Simón” e posteriormente atuando no filme “Maria de La Ó”, um clássico da cultura espanhola e de tantos outros.    

No auge de seu sucesso, Carmen se viu em uma situação complicada quando estourou a Segunda Guerra Mundial, já que os ciganos também foram bastante perseguidos pelos Nazistas, tendo fugido com sua família para Lisboa e de lá partido para uma turnê em Buenos Aires. Foi nesta época que Carmen se apresentou no Brasil, além de outros países da América do Sul.  

Durante sua turnê, Carmen conheceu o maestro Leopold Stokowsky, que viajava pela região estudando as músicas locais e se encantou com a bailaora, lhe fazendo inúmeros elogios públicos, que lhe renderam convites para se apresentar em Nova Iorque e cantar para o então presidente Roosevelt, na Casa Branca. 

Com o fim da Guerra, Carmen deixou os Estados Unidos, passando a se apresentar pela Europa, estrelando mais filmes na Argentina e no México. Voltando à Espanha, atuou em “Los Tarantos”, indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro, no ano de 1963, mesmo ano de seu precoce falecimento, devido a problemas renais. 

Apesar de sua curta trajetória em vida, Carmen Amaya deixou um legado importantíssimo para o Flamenco, com técnicas, estilo, força e paixão que são referência até os dias atuais. 

Carmen Amaya com sua lendária bata de cola branca bailando por seguiriyas

 

Fotos: Google